terça-feira, agosto 17, 2010

“ Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas que já têm a forma do nosso corpo e esquecer os nossos caminhos que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos" Desajeitada que sou, perdi o bonde e a esperança. E agora? Devo tomar qualquer coisa ou suidicar-me? Pensando bem, melhor mesmo é tomar qualquer coisa, bebendo, aos goles, o meu infinito desejo inexplicável. Será liberdade o que desejo? Não: liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome pois, nem mesmo sei, o que me desorganiza. O que sei é que eu quero... Ah! pouco sei. Só sei que Quero amar sem limites e perdoar-me, radicalmente, pois o perdão radical gera alegria, exorciza doenças, mata o medo e me possibilita ser flexível. Aceitando que não há perfeição no viver, vivo melhor, pois o perfeito é desumano, porque o humano é imperfeito. Então, se quero, vou continuar. Vou recomeçar na derrota, renunciar a palavras e pensamentos negativos e resistir. Sim: Vou resistir, vou existir. Existir, enquanto houver poesia, e escutar o que a palavra fala pra mim e fala de mim. Existir, e, mesmo que por caminhos tortos, fazer parcerias para celebrar as conquistas que faço. Existir, e, enxergar no mar, manso e bravo, que também sou eu, o que preciso entender para continuar o caminho, como um ser que se aceita Ser, humano. E, porque existo insisto, pra quê ser perfeito? Melhor ser, Humano. Os dias são como são: Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol. Ambos existem. E, se, cada um é como é, que bom! Existe beleza nas contradições. Existe e não há escapatória: ela me persegue. A beleza vai me pegar e me impregnar da ternura que falta para juntar meus pedaços diversos e, redescobrir, no meu EU desajeitado, que metade de mim é amor e a outra metade também. (Fernando Pessoa)

Nenhum comentário:

Postar um comentário