domingo, agosto 28, 2011

TEMA: Meu personagem e a frase: As visitas sempre dão prazer, ou na chegada ou na partida


Quando fomos morar juntos, eu e Clara, costumávamos receber os amigos Pedro e Ana para o almoço, ou um jantar no final da semana. Apesar da dureza em que nos encontrávamos nessa fase, faculdade, aluguel e sem um emprego fixo, fazíamos um racha, ás vezes eu comprava tudo e dividíamos, ou eles traziam algo já pronto. Era assim, dureza mesmo. Mas, nos divertíamos prá valer. O jantar era pizza, lasanha, uma massa a quatro queijos (essa era a especialidade de Clara, ninguém fazia igual). Tomávamos cerveja ou vinho. Durante o jantar contávamos piadas, ríamos até chorar, Clara ria e se contorcia colocando a mão no estomago dizendo que estava doendo muito, sempre com fundo musical de Carly Simon, The Police, Rod Stewart, A-Ha, SuperTramp, e também Blitz, Capital Inicial, e Legião Urbana.

O sábado daquele final de semana tinha sido de faxina, eu havia ficado com o mais pesado, janelas, portas, tapetes e Clara com o mais leve. No final da tarde caiu um temporal muito forte, nossos amigos ligaram que não viriam, a chuva tinha deixado as ruas intransitáveis e não dava para arriscar sair de casa.

Até achamos melhor mesmo, estávamos exaustos naquela noite. Seria bom descansar.

Depois de um banho demorado, fui para a cozinha e preparei duas sopas dessas de envelope. O cheirinho estava bom. Levei para o quarto, Clara já estava debaixo das cobertas e falou:

_ O filme já vai começar Márcio!

Entreguei a caneca para ela, deitei ao seu lado com a minha. Mal tinha me acomodado, a campainha tocou. Eu e Clara nos olhamos.

_ Eu vou. Falei para ela largando a sopa na mesinha de cabeceira.

Olhei pelo olho mágico, o rosto era conhecido, tentei ver mais, mas não consegui. Abri a porta e vários rostos conhecidos apareceram, sorrindo, encharcados dos pés a cabeça.

_ Boa noite Márcio, tem um lugarzinho ai para nós? Disse Tio Henrique, olhando para Tia Selma, meus três sobrinhos: Willian (5 anos), Enzo (7 anos), e Heitor (9 anos).

O motor do carro havia morrido há cinco quadras dali e eles iriam passar o final de semana conosco até o carro ficar pronto.

A noite foi longa.

Solange Barbosa de Almeida

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